ELEITORES FIQUEM ATENTOS! ESTES MANDATOS LHES PERTENCEM (Editorial Repórter da Diáspora 16)

Em 2012 passamos por mais um processo de eleições municipais e, de forma geral, com sucesso. Mas, como o preço da liberdade é a eterna vigilância, cabe analisar como persiste o desinteresse pela política em alguns, o que fez o índice de abstenção em São Paulo chegar a preocupante marca de 20%, o maior desde 1988. Infelizmente, muitas pessoas não tem a mínima noção dos direitos e, principalmente, dos deveres e funções dos vereadores e prefeitos. Tampouco do que é política. Outras relacionam a atividade política á corrupção, atos ilícitos ou lavagem de dinheiro, usando como desculpas estas práticas antiéticas, que na verdade são atos de politicagem e ações criminais, para afastarem-se de qualquer ação relacionadas à política. Ainda é comum ouvir a frase “Política não se discute”, ou "Eu não gosto de política". Em especial para a população negra este panorama é preocupante. Fica claro restar aos mais carentes, desprovidos de poder político e econômico, ser a ação política individual e coletiva o instrumento de persuasão para efetivação de objetivos. São as decisões políticas que determinam, por exemplo, a forma de governar a cidade, a destinação dos investimentos para os serviços públicos em várias áreas (saúde, educação, transportes, segurança) e as políticas sociais prioritárias durante no mínimo quatro anos. No Brasil usamos a democracia representativa como sistema político, no qual, através de votação, eleitores escolhem uma pessoa, ou um determinado grupo, para representá-los. Porém, o ato de eleger alguém, não é o fim da responsabilidade quando se trata de política. Ele é importante, mas é parte de um processo continuo composto da própria eleição, da fiscalização sobre os atos dos eleitos, da participação de ações e atos voltados para a melhoria da sociedade como um todo. São momentos que buscamos (ou deveríamos buscar) deixar os interesses particulares de lado e visar às necessidades coletivas, que beneficiarão individualmente a todos. Talvez possa ajudar um pouco a mudança deste cenário um "detalhe", que pode fazer muita diferença, e aumentar entre nós o saudável hábito de sempre estar atento às ações dos nossos representantes e ao panorama político. Trata-se de saber que o mandado não pertence ao eleito, e sim que o povo, o eleitor, é dono do mandato. A legitimidade dos mandatos é concedia pelo povo. Significa que os parlamentares e chefes dos executivos (prefeitos, governadores, presidentes) são delegados do povo. São homens e mulheres colocados em postos para cumprir obrigações de interesse social, e que os privilégios de estarem nestes espaços de poder devem ser vistos como as oportunidades doação cívica e não como carreira profissional. Aquele que é eleitor por um momento, ao tomar conta e assumir parte das responsabilidades do mandado do seu escolhido, torna-se "sócio" do exercício do cargo, e exerce parte importante de seus direitos e deveres de um contido em um “estado” permanente, o de ser cidadão.

LIBERDADE ATRAVÉS DA PROSPERIDADE ECONÔMICA (Editorial Repórter da Diáspora 15)

Fundamentalmente, liberdade econômica é o direito de todo ser humano para controlar seu próprio trabalho e propriedade. Os indivíduos são livres para trabalhar, produzir, consumir e investir. Ela permite que as fontes de riqueza sejam exploradas por empreendedores /empresários, fazendo surgir um ambiente favorável para o surgimento de um poder que equilibre a balança dividida com o poder político e promoção uma sociedade plural. Em sociedades economicamente livres, os legislativos e os governos fornece regulamentação, permitem e protegem o trabalho, capital e mercadorias e as fazem circular livremente. O compartilhamento das decisões econômicas entre políticos, burocratas e a sociedade civil, sendo esta última a protagonista, cria um espaço para várias organizações possam existir sem ficar na parasitagem do Estado. Em uma nação onde existe liberdade econômica, hipoteticamente, existe maior probabilidade que o setor privado possa auxiliar muito mais o financiamento às instituições da sociedade civil, mesmo sabendo que no Brasil precisamos enraizar esta cultura no empresariado e na sociedade de forma geral. A participação estratégica, de fiscalização e a indicação de rumos por parte do Estado neste setor, sem maiores excessos, significa a perda de grande parte do controle deste sobre os cidadãos, porque, sem a exclusividade das rédeas do sistema financeiro, e por conseqüência do credito, ele não possui o controle inclusive sobre o direito de manifestação. Ian Vasquez cita em “O papel central da liberdade econômica na democracia” o autor inglês Hilaire Belloc que diz: “controlar a produção de riquezas é controlar a própria vida humana”. Uma das medidas de sucesso de uma nação, unida ao menor índice de desigualdade, é sua capacidade de produzir bens e serviços necessários e suficientes para riqueza e, por conseqüência, do bem-estar da população. É a possibilidade da utilização da criatividade dos empreendedores, através da livre iniciativa, que produzem estes bens e serviços e, fundamental, é em um ambiente de liberdade econômica que se impulsiona o desenvolvimento humano, como comprovado pela história. É principalmente neste panorama que aumentam as chances de prosperidade para os poucos da população negra que chegam aos cursos universitários, pós-graduações, mestrados e doutorados. Afinal, lutamos tanto para conseguir o acesso ao ensino superior, e somente com prosperidade econômica os profissionais formados terão campo de trabalho.