Malcolm X

Malcolm X, também conhecido como El-Hajj Malik El-Shabazz, nasceu em 19 de maio de 1925, em Omaha, Nebraska, e morreu assassinado em 21 de fevereiro de 1965 no bairro do Harlem, NY. Ele era filho do pastor batista Earl Little, seguidor de Marcus Garvey, e de Louise Helen Little, recebendo o nome de Malcolm Little. Foi um dos maiores defensores dos direitos dos negros nos Estados Unidos. Fundou, a Organização para a Unidade Afro-Americana, de inspiração socialista. Desde de cedo conviveu com o racismo explicito. Após seu pai ter sua vida ameaçada pela Ku Klux Klan, teve que se mudar com a família para Lansing, Michigan. Mantendo seu discurso, Earl Little foi assassinado por um grupo racista. Oficialmente, porém, foi registrado como suicídio, o que impediu sua família de receber indenizações. A família desintegrou-se a partir daí. Malcolm abandonou o colégio na oitava série, alisou os cabelos para ficar parecido com os brancos, e ficou conhecido pelo apelido de "Detroit Red" (Vermelho de Detroit). Sem uma atividade fixa, atuou na marginalidade, sendo preso, em 1946, por roubo. Na prisão entrou para a Nação do Islã, influenciado pelo discurso de Elijah Muhammad, que pregava que os brancos são entes demoníacos com os quais os pretos não podem conviver e que só os pretos podem libertar os pretos da degradação nas quais os brancos os lançaram. Abandonou o sobrenome Little, substituindo-o por um X, simbolizando o nome preto de seus antepassados que o opressor branco apagara. Sendo libertado em 1952, tornou-se ministro da organização no Templo 7, no Harlem, em Nova Iorque, e um de seus principais porta-vozes. Seguindo a doutrina da Nação do Islã, defendia a separação entre pretos e brancos, além do orgulho preto diante do racismo branco e a autodefesa pela força, se necessária. Sua grande capacidade de expressar-se o transformou em celebridade nacional, provocando receio entre os brancos e comparações com o discurso pacifista de Martin Luther King Junior. Malcolm defendia uma maior participação da Nação do Islã no movimento pelos direitos civis. Depois de ter sido censurado, em 1963, pela organização por declarar, após a morte do Presidente John F. Kennedy, que seu assassinato equivalia "às galinhas voltarem ao poleiro", o que significa que os atos violentos dos brancos se voltaram contra eles mesmos, Malcolm a rompeu com a Nação do Islã. Acusou, também, Elijah Muhammad de ter uma vida dupla. Retornando de viagem a Meca, cidade sagrada do Islamismo situada na Arábia Saudita, Malcolm X, adotando o nome de El-Hajj Malik El-Shabazz, renunciou ao racismo e voltou-se para o Islamismo ortodoxo. Fundou a Organization of Afro-American Unity (Organização da Unidade Afro-Estadunidense), em 1964, permanecendo na defesa do nacionalismo preto, na idéia de que só os pretos poderiam cuidar de seus males e defendendo idéias socialistas. No ano seguinte, em 21 de fevereiro de 1965, foi assassinado no Harlem. O crime foi atribuído a membros da Nação do Islã. As idéias de Malcolm X foram muito divulgadas principalmente nos anos 70, por movimentos como "Black Power" e "Panteras Negras". A vida do ativista norte-americano também ganhou documentários e filmes, sendo "Malcolm X", dirigido por Spike Lee, em 1992, o mais famoso. Recomendo o livro The Autobiography of Malcolm X (1964), escrita por Alex Halley, um clássico.