Afro-americanos qualificaram de racista uma charge publicada na quarta-feira, dia 18, no jornal New York Post, que teria comparado o presidente Barack Obama a um macaco - uma imagem forte em meio a uma longa história de racismo contra os negros. A charge, que o jornal disse ser uma paródia da política norte-americana, mostra um policial baleando um macaco - aludindo ao caso real de um chimpanzé de estimação que foi abatido a tiros nesta semana em Connecticut após atacar uma mulher. Na versão do Post, um dos policiais envolvidos diz: "terão de encontrar outra pessoa para escrever a próxima lei de estímulo econômico". Na terça-feira, Obama sancionou um pacote de estímulo econômico de US$ 787 bilhões, por cuja aprovação ele havia se empenhado diretamente. Críticos da charge interpretaram o chimpanzé morto como uma referência a Obama, que se tornou o primeiro presidente negro dos EUA em 20 de janeiro. "A charge no New York Post de hoje é na melhor das hipóteses perturbadora dado o histórico de ataques racistas nos quais os afro-americanos são sinônimos de macacos", disse o ativista dos direitos humanos Al Sharpton.

Qualificando o desenho como "ofensivo e divisivo", ele prometeu realizar uma manifestação na quinta-feira diante da redação do Post. O vereador Leroy Comrie disse ter recebido numerosos telefonemas de cidadãos indignados. "Publicar uma charge tão violenta e racista é um insulto a todos os nova-iorquinos. (O caso real) foi um incidente lamentável no qual um ser humano ficou gravemente ferido, não uma oportunidade para lançar uma retórica perigosa", disse Comrie em nota. O chimpanzé de 90 kg foi morto por policiais na segunda-feira em Stamford depois de ferir gravemente uma amiga de sua dona e atacar um carro da polícia. O animal, chamado Travis, chegou a estrelar comerciais de TV e atualmente tomava uma medicação. Em nota, o editor-chefe do Post, Col Allan, disse que a charge era "uma clara paródia". "Ela zomba em termos gerais dos esforços de Washington para ressuscitar a economia. Novamente, Al Sharpton se revela como nada mais do que um oportunista (em busca de) publicidade", disse Allan. Mas a Associação Nacional dos Jornalistas Negros (NABJ) disse que o desenho é "o mínimo denominador comum em termos de gosto e classe". "O 'publisher' e os editores do New York Post devem uma explicação aos seus leitores", disse a presidente da entidade, Barbara Ciara, em nota. O Post, de tendências direitistas, pertence ao conglomerado internacional da mídia News Corp, propriedade do magnata Rupert Murdoch. Fonte: www.portalafricas.com.br / Reuters

ENCONTRO COM O PREFEITO GILBERTO KASSAB




Kassab recebe proposta de Comissão Suprapartidária de Lideranças Negras

Gilberto Kassab, prefeito da cidade de São Paulo, recebeu das minhas mãos, como representante de uma Comissão Suprapartidária de Lideres Negros e Negras documento contendo um conjunto de propostas de combate as desigualdades raciais para o município paulistano.
O encontro ocorreu no Edifício Matarazzo,localizado no Viaduto do Chá, centro de São Paulo. Extremamente simpático e comunicativo, Gilberto Kassab afirmou saber da necessidade de ações por parte da prefeitura visando eliminar as desigualdades sociais, em especial aquelas baseadas em cor da pele. Kassab também declarou a sua intenção do colaborar com a Comissão, e no mesmo momento disse para membros de sua equipe presentes de sua equipe que ficassem a disposição do grupo. Como prova, foi acertado para acontecer a primeiro encontro de discussão sobre o tema, no período máximo de quinze dias. O prefeito oficializou o aceite do documento, fazendo questão de assiná-lo, dizendo estar à disposição do grupo e da comunidade negra paulistana para tornar realidade as propostas apresentadas. De acordo com membros da Comissão, os argumentos para sensibilizar o prefeito estão no próprio Plano de Governo apresentado por ele quando canditato, durante as eleições municipais de 2008. No documento, intitulado “Gilberto Kassab Prefeito – Diretrizes 2009 / 2012”, consta textualmente “a intenção de apoiar e incentivar os movimentos sociais, ampliando sua participação nas decisões políticas da cidade”. As propostas Resumidas em áreas temáticas; apoio técnico institucional, comunicação, cultura, educação, executivo e saúde, as propostas da Comissão passam pela criação de um instituto de pesquisa, maior capacitação e acompanhamento de programas para profissionais da rede municipal de educação, dialogo permanente com a prefeitura, remanejamento de postos na prefeitura, entre outras. Os números justificam a urgência de ações contra as desigualdades para corrigir antigas políticas públicas do passado. Apenas para ficar na área do trabalho, por exemplo, apesar de São Paulo ser a cidade mais negra do mundo, com 3,3 milhões de afro-brasileiros, segundo o IBGE, Porém, a desigualdade racial ainda é um ponto marcante na capital, que registra uma diferença de 50% nos salários dos trabalhadores negros, comparados aos cidadãos brancos.